Os resultados de uma operação integrada de fiscalização, realizada no
final de setembro, na Serra de Ibiapaba, contra o uso, armazenamento e
comércio ilegal de agrotóxicos foram apresentados na manhã desta
segunda-feira (5), no Ministério Público do Ceará, em Fortaleza. Os
municípios fiscalizados foram Viçosa do Ceará, Tianguá,
Ubajara, Ibiapina, São Benedito e Guaraciaba do Norte. Esta foi a
terceira ação em 2015 e mais duas estão programadas para ocorrer em
datas e regiões ainda a serem divulgadas.
O grupo fiscalizou 23 propriedades rurais de diferentes porte e
cultura. Desse total, apenas quatro não utilizavam agrotóxico no
cultivo. As outras 19 apresentaram algum tipo de irregularidade,
resultando na aplicação de 48 autos pelas instituições envolvidas. A
Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) é responsável por
fiscalizar a venda desses produtos e registrá-los. Dos 19
estabelecimentos comerciais visitados, em seis ficaram constatadas
infrações. Na ocasião, os fiscais ambientais da autarquia emitiram sete
autos de infração.
De acordo com o gerente da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará
(Adagri), Daniel Aguiar, as principais irregularidades encontradas no
campo foram relacionadas ao armazenamento dos agrotóxicos, prescrição de
receita para cultura inexistente, uso de produtos sem ser indicado para
o tipo de cultivo, falta de equipamentos de proteção individual, entre
outros. Já no comércio, as queixas se concentraram na ausência de
autorização da Semace, responsável técnico indevido, venda de agrotóxico
sem retenção de receituário agronômico e de produtos sem registro na
Semace.
As regiões do Ceará escolhidas para a realização dessas operações
estão seguindo parâmetros de relevância da atividade agrícola no local,
quantidade de revendas, presença de perímetros irrigados, consumo de
agrotóxicos, queixas da população, destinação de embalagens vazias,
casos de intoxicação e resíduos encontrados em alimentos e na água.
Amisterdan Ximenes, promotor de justiça e assessor do Centro de Apoio
Operacional de Proteção à Ecologia, Meio Ambiente, Urbanismo,
Paisagismo e Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural
(Caomace), ressaltou que nem só o trabalho de fiscalização está sendo
feito. “Concomitantemente está havendo um trabalho de educação ambiental
feito pela Sema (Secretaria do Meio Ambiente) e o Inpev (Instituto
Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) em que já podemos ver
resultado”, ressaltou o promotor.
Participaram da operação integrada os técnicos da Semace, Sema,
Adagri, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). O Batalhão de
Polícia Militar Ambiental (BPMA) também colaborou com a ação.
Por Fhilipe Augusto da Ascom da Semace
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