Na data em que se comemorou o Dia Internacional da Tartaruga Marinha,
16 de junho, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), por
meio do Grupo de Fauna da Diretoria de Fiscalização (Difis), realizou o
resgate de uma tartaruga no município de Jaguaruana. O animal foi
encaminhado para a base do Projeto Cetáceos da Universidade Estadual do
Rio Grande do Norte, em Areia Branca.
A tartaruga, da espécie Chelonia mydas, conhecida como
tartaruga-verde, ficou durante aproximadamente 20 dias sob os cuidados
de uma moradora de Jaguaruana. A cidadã ligou para a Semace solicitando
que a autarquia fosse ao local para resgatar o animal. O espécime é um
juvenil com cerca de 30cm de comprimento de casco e 6 kg. A equipe do
Projeto cetáceos avaliou e medicou a tartaruga, que permanecerá lá até
que esteja apta para a soltura. Nenhuma mutilação ou escoriação grave
foi diagnosticada.
Saiba mais
A tartaruga-verde ou aruanã é uma das cinco espécies de tartaruga
marinha de ocorrência no território brasileiro. Suas áreas de desova no
Brasil ocorrem principalmente nas ilhas oceânicas, Ilha da Trindade
(ES), Atol das Rocas (RN) e Fernando de Noronha (PE). Na costa
brasileira, áreas de desova secundárias ocorrem no litoral norte do
estado da Bahia. Esporadicamente ocorrem também ninhos nos estados do
Espírito Santo, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Devido a esta característica de desova preferencial em ilhas
oceânicas isoladas, esta espécie sofreu menor impacto de predação sobre
ovos e fêmeas que outras espécies, e estas áreas de desova não estão
sujeitas à ocupação desordenada da zona costeira. Esta espécie apresenta
o maior número de indivíduos juvenis mortos encalhados ao longo da
costa brasileira em decorrência do aumento da pesca costeira de emalhe.
A tartaruga-verde apresenta ciclo de vida longo, com maturação sexual
entre 26 e 40 anos. É uma espécie altamente migratória. As fêmeas
migram das áreas de alimentação e descanso para as áreas de reprodução,
em deslocamentos que podem chegar a mais de 1500 Km. São onívoros nos
primeiros anos de vida e depois adotam dieta exclusivamente herbívora.
As cinco espécies de tartarugas marinhas encontradas no Brasil
continuam ameaçadas de extinção, segundo critérios das listas brasileira
e mundial de espécies ameaçadas. Das cinco, quatro desovam no litoral –
e, por estarem mais expostas, são as mais ameaçadas. São elas: cabeçuda
(Caretta caretta), de pente (Eretmochelys imbricata), oliva
(Lepidochelys olivacea) e de couro (Dermochelys coriacea).
De cada mil filhotes que nascem, somente um ou dois conseguem atingir
a maturidade. São inúmeros os obstáculos que enfrentam para sobreviver,
mesmo quando se tornam juvenis e adultos. Mas, além dos predadores
naturais, as ações do homem estão entre as principais ameaças às
populações de tartarugas marinhas, destacando-se as seguintes: a pesca
incidental, ao longo de toda a costa, com redes de espera, e em alto
mar, com anzóis e redes de deriva; a fotopoluição; o trânsito de
veículos nas praias de desova; a destruição do habitat para desova pela
ocupação desordenada do litoral; a poluição dos oceanos e o aquecimento
global.
Fonte: Ascom da Semace
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