Duas tartarugas marinhas foram resgatadas pela
Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), nesta terça feira
(1), no litoral de Paracuru. As tartarugas, das espécies aruanã ou
tartaruga verde (Chelonia mydas) e cabeçuda ou mestiça (Caretta caretta),
foram abrigadas por populares, em barracas de praia, depois de
encalharem na areia. O resgate só foi possível, porque moradores da
comunidade comunicaram o encalhe, logo depois de avistarem a ocorrência.
Os fiscais da Semace levaram os animais para a
unidade do Instituto Tamar, na praia de Almofala, em Itarema, onde serão
examinados e tratados, antes de serem devolvidos ao mar. O motivo do
encalhe também será investigado, já que o litoral cearense não é área de
desova das espécies. Com os casos de Paracuru, subiu para cinco o
número de tartarugas resgatadas pela Semace, este ano, no litoral do
Ceará.
Os animais, encontrados com diferentes traumatismos e
debilidades, sobreviveram, mas seguem sob os cuidados do Instituto
Tamar. O número de resgate pode ser maior com a colaboração das
comunidades litorâneas. No caso de ocorrência de encalhes de tartarugas e
outros animais marinhos, a ocorrência deve ser avisado à Semace pelo
telefone (85) 3254.3083 ou pelo e-mail atendimento.fauna@semace.ce.gov.br.
Ameaça de extinção
Segundo a Semace, as cinco espécies de tartarugas
marinhas encontradas no Brasil continuam ameaçadas de extinção, de
acordo com os critérios das listas brasileira e mundial de espécies
ameaçadas. Quatro delas estão mais expostas à ação do homem e de
predadores, porque realizam a desova no litoral, entre elas cabeçuda ou
mestiça (Caretta caretta).
Mas, além dos predadores naturais, as ações do homem
estão entre as principais ameaças às populações de tartarugas marinhas,
destacando-se: a pesca incidental, ao longo de toda a costa, com redes
de espera, e em alto mar, com anzóis e redes de deriva; a fotopoluição; o
trânsito de veículos nas praias de desova; a destruição do habitat para
desova pela ocupação desordenada do litoral; a poluição dos oceanos e o
aquecimento global.
Por Alberto Perdigão da Ascom da Semace
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