Já
faz um tempo que os cuidados pessoais deixaram de ser considerados algo
supérfluo. Recentemente, uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil) apontou que 65,7% dos brasileiros concordam com a
ideia de que se importar com a aparência é uma questão de necessidade, e
não luxo. Sem contar que, seis em cada dez entrevistados (62,7%)
disseram ser pessoas vaidosas. Isso nos mostra que, cada vez mais, as
pessoas estão preocupadas em cuidar da beleza e do bem-estar.
No
entanto, quando falamos em cosméticos, não podemos deixar de destacar
uma tendência que ganha força: o mercado de produtos feitos com
matérias-primas naturais e orgânicas. De acordo com a pesquisa Barômetro
da Biodiversidade, 89% dos brasileiros estão preocupados com as
empresas que adotam boas práticas de acesso e uso dos insumos naturais,
além de demonstraram interesse em ser informados sobre essas práticas – o
levantamento foi realizado pela União para o BioComércio Ético (UEBT) e
entrevistou 47 mil consumidores em 17 países, entre os anos de 2009 e
2015.
Todos
esses números nos mostram que estamos falando de um mercado que passa
por um grande processo de transformação, pois, mais do que eficiência, o
consumidor de hoje está interessado também na rastreabilidade do
produto. Ou seja, ele busca informações sobre a cadeia produtiva. Isso
porque, quando falamos de insumos naturais, em grande parte das vezes, a
matéria-prima está ligada ao trabalho de pequenos agricultores
orgânicos, que, em vez de desmatar, preservam os recursos da natureza e
comercializam seus frutos e sementes às indústrias de beleza e cuidados
pessoais.
Esse
tipo de iniciativa tem como objetivo estimular o desenvolvimento
socioeconômico, preservar o respeito à biodiversidade e garantir os
investimentos na utilização consciente dos recursos da natureza. O
resultado desse trabalho são opções naturais de conservantes,
emulsificantes, emolientes, antioxidantes e clareadores, que, por serem
livres de compostos químicos, não oferecem riscos à saúde.
Um
exemplo é o óleo de pequi, famoso “ouro do cerrado”, que pode ser
aplicado em produtos para os cuidados com os cabelos, como xampu,
condicionador e leave-on. O fruto é rico em ácidos graxos
oleicos, palmíticos e em provitamina A, propriedades capazes de garantir
o controle dos cachos e a redução do frizz.
Já
o óleo de pracaxi, originário da região amazônica, merece destaque por
sua capacidade de auxiliar na redução da síntese de melanina, o que
garante a diminuição da aparência de manchas, uniformiza a tonalidade e
restaura a luminosidade original da pele. Seus benefícios fazem com que
ele seja considerado uma alternativa natural ao alfa-arbutin, ativo
amplamente usado pela indústria e que pode apresentar efeitos colaterais
indesejados, como sensibilização da pele, vermelhidão, intolerância à
exposição solar, coceiras, desidratação e descamação. O óleo de pracaxi
ainda possui benefícios anti-idade, pois estimula a produção de ácido
hialurônico, polissacarídeo natural presente na pele humana com alta
capacidade de retenção de água, garantindo elasticidade e viço à pele.
Esses
são apenas alguns exemplos de como o mercado de cosméticos evoluiu para
acompanhar o comportamento do consumidor, que está cada vez mais
exigente e preocupado com os produtos que utilizam. Diante desse
cenário, a tendência é que as opções naturais e orgânicas ganhem mais
espaço, o que garantirá produtos seguros e da mais alta performance.
Afinal, a beleza, a saúde e o bem-estar devem caminhar juntos.
* Juliana Frutuoso - é Gerente de Negócios da Beraca, líder
global no fornecimento de ingredientes naturais provenientes da
biodiversidade brasileira para as indústrias de cosméticos, produtos
farmacêuticos e cuidados pessoais.
Fonte: Grupo Image
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