Dedicar
a data de 21 de setembro ao Dia da Árvore é uma forma de incluir em
nossas agendas um momento para refletirmos sobre a importância das
árvores em nosso cotidiano, juntamente com seu uso sustentável e também a
preservação de florestas e biomas.
No
entanto, uma das questões que ainda torna esse tema preocupante é saber
que, em 2016, ainda nos deparamos com notícias a respeito do
crescimento do desmatamento no país. Em junho deste ano, o Sistema de
Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e do Meio Ambiente
da Amazônia (Imazon), apontou que a Amazônia teve 972 Km² de florestas
desmatadas, esse número representa um aumento de 97% em relação a 2015. O
levantamento também apontou que os estados que mais desmataram foram:
Pará (50%), Amazonas (27%) e Mato Grosso (12%).
Para
reverter esses números e garantir a sobrevivência na Terra, a solução é
investir em ações capazes de minimizar a degradação das áreas verdes.
Um exemplo é o crescimento da valoração de serviços ecossistêmicos,
considerando que todos os produtos hoje derivam, em algum grau, da
transformação de matérias-primas originadas na natureza. Isso
possibilita conservar recursos naturais que serão usados por gerações,
ampliar o valor do patrimônio genético e contribuir para desacelerar o
aquecimento global.
Nesse
sentido, podemos destacar o trabalho realizado pela Beraca, que aposta
em parcerias com comunidades de diferentes biomas do Brasil,
principalmente o amazônico, e, por meio de treinamentos e capacitações,
ensina que é possível extrair frutos e sementes da biodiversidade
brasileira sem agredir o meio ambiente. Esses insumos naturais se
transformam em matérias-primas para as indústrias de cosméticos, beleza e
cuidados pessoais, que apostam no uso de ativos da biodiversidade em
suas formulações em busca de produtos de alta performance.
Para
exemplificar a eficiência dessa iniciativa, a Beraca realizou um estudo
sobre o serviço ecossistêmico de regulação global, considerando as
áreas de seus fornecedores que eram destinadas ao cultivo de cupuaçu em
agroflorestal. O estudo constatou que se evitou a emissão de 7,3 mil/t
CO2 e apoiou a regeneração de 75 hectares de floresta de um fornecedor, o que equivale a R$500mil em estoque de carbono gerado.
No
Pará, uma universidade brasileira avaliou a cadeia produtiva do pracaxi
e murumuru a pedido da Beraca e constatou que, em determinadas regiões,
para cada 1 real investido no extrativismo sustentável, são retirados
3,6 reais da mão da obra em madeireiras ilegais. Somado a isso, temos
também o aumento da eficiência de políticas públicas como o
Seguro-defeso e a Bolsa Verde, que criam incentivos para colaborar nesse
processo.
A
proposta é que projetos como esse transformem a floresta em uma
perpétua fonte de renda, ajude a preservar o meio ambiente, garanta uma
fonte de renda extra e ainda tenha condições de restaurar a dignidade e a
visão de melhoria de futuro dos moradores dessas regiões. Por isso,
para combater o desmatamento, o primeiro passo é enxergar que qualquer
espécie viva depende das árvores para garantir a sua sobrevivência.
Respeitar
o meio ambiente é criar mecanismos que possibilitem o investimento no
desenvolvimento social e na obtenção de lucros de forma consciente, é a
união desses elementos que forma a base do tripé da sustentabilidade.
Fonte: Grupo Image
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