O Complexo Eólico Bons Ventos da Serra 2 teve seu projeto e estudo
ambiental apresentados em audiências públicas realizadas nos dias 16 e
17 de abril, em Ibiapina e Ubajara, respectivamente. O empreendimento
está sendo licenciado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente
(Semace), que, na ocasião, presidiu os trabalhos através do Núcleo de
Impacto Ambiental (Nuiam). A empresa Geradora Eólica Bons Ventos Da
Serra 2 S.A., responsável pelo negócio, está pleiteando a concessão da
licença de instalação para dar início às obras.
De acordo com o projeto apresentado, a capacidade total instalada
para geração de energia do complexo é de 90.3 megawatts (MW). Segundo
Maricy Costa, gerente de projetos do grupo Servitec – um dos sócios na
empresa, essa produção é capaz de atender a demanda energética de uma
cidade com um milhão de habitantes.
O empreendimento será composto por 43 aerogeradores, divididos em
cinco centrais geradoras eólicas, sendo duas no território de Ibiapina e
três em Ubajara. O custo total do complexo está orçado em 390 milhões
de reais, com uma estimativa de 16 meses de duração das obras. Deverão
ser gerados 215 empregos diretos na fase de implantação e três vezes
mais indiretos.
Segundo o estudo ambiental da obra, apresentado pela analista
ambiental da Geoconsult, Valéria Trece, os impactos negativos de uma
atividade deste tipo e porte devem se concentrar, em sua maioria, na
fase de construção, devido ao tráfego intenso de grande máquinas, parte
estrutural, de logística e de intervenções no meio ambiente. Contudo,
para minimizar e mitigar esses transtornos, Trece citou uma gama de
planos de controle e monitoramento ambiental que devem ser colocados em
prática, tanto na fase de implantação quanto de operação do complexo.
Dos 581 hectares que fazem parte do território arrendado pela
empresa, apenas 110 devem ser utilizados de maneira efetiva. Estão sob a
área de influência direta do empreendimento os sítios Tucuns, Vila
Marques, Cachoeira do Boi Morto e Porteiras, no município de Ubajara, e
Cacimbas, em Ibiapina. Residem nessas cinco comunidades 531 famílias.
O supervisor do Nuiam da Semace, Wilker Sales, classificou as
audiências como válidas para fins de licenciamento ambiental. As
reuniões ocorreram nas Câmaras de Vereadores dos municípios e contaram
com a presença de populares, representantes das administrações públicas
locais, movimentos sociais e do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio).
Vistoria
A equipe multidisciplinar da Semace que está responsável pela análise
do estudo ambiental marcou presença nas duas audiências e aproveitou a
ocasião para realizar uma inspeção na área do empreendimento. Na
oportunidade, foram avaliados os aspectos físicos, bióticos e
socioeconômicos que podem ser afetados com a possível implantação do
complexo.
Após a conclusão da análise do estudo, de posse do que foi constatado
na vistoria e dos questionamentos levantados nas audiências, a equipe
emitirá um parecer técnico, que será encaminhado ao Conselho Estadual do
Meio Ambiente (Coema) para apreciação e deliberação a cerca da emissão
da licença de instalação do empreendimento.
Fonte: Ascom da Semace
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