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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Artigo de Opinião - Quanto vale uma árvore? - por Magda Maia

OPINIÃO - Confira o artigo da geógrafa e sócio-diretora da empresa GeoAnalysis, Magda Maia, sobre consequências da prática de cortes de árvores no Brasil.

Quanto vale uma árvore?


Redução da poluição atmosférica e sonora… valorização imobiliária… abrigo contra sol ou chuva… amenização do microclima… dentre outros.

Se todos os benefícios das árvores já são conhecidos, porque no Brasil ainda insistem em cortá-las indiscriminadamente, principalmente nas cidades? Uma possível resposta para isso é que mesmo com o reconhecimento do valor da vegetação nas cidades, os argumentos do “desenvolvimento econômico” e da “necessidade de moradia” ainda prevalecem sobre o argumento dos benefícios da natureza.

Porém, com um pouco mais de boa vontade é possível perceber que os elementos naturais tais como as árvores, os rios, a fauna, dentre outros, nos oferecem serviços ecossistêmicos, que por sua vez podem ser valorizados e valorados enquanto ativos econômicos, senão vejamos: se uma árvore diminui a poluição atmosférica e ameniza o microclima, consequentemente diminuirá a probabilidade de ocorrência de doenças respiratórias em uma determina área. Isso em si já é um grande serviço ecossistêmico, bem como um grande benefício social. Mas quanto ao econômico?

Bem, não é difícil concluir que se pessoas adoecem menos, terão considerável economia com medicamentos, bem como faltarão menos ao trabalho ou serão mais produtivas caso sejam empreendedores, trazendo um impacto positivo direto para a economia.

Mas então, o que falta? De modo simplificado pode-se afirmar que falta: visão sistêmica sobre a natureza; visão holística sobre a cidade e o mundo; boa vontade para com os elementos naturais; educação ambiental; gestão comprometida e integrada ao conhecimento produzido nas universidades; dentre outros fatores. Porém, falta também que as argumentações daqueles que defendem um meio ambiente de qualidade se equiparem à única linguagem que no Brasil parece interessar aos gestores, ou seja, a linguagem econômica.

E não, não se trata de “vender a natureza ou seus serviços”, trata-se de argumentar, provar e comprovar que a natureza VIVA vale muito mais – do ponto de vista social, ambiental e econômico – do que o dinheiro em si, gerado a partir da destruição de todo os elementos naturais de uma cidade.

Em muitas cidades pelo mundo, já se reconhece que a PERMANÊNCIA dessa vegetação também significa eficiência econômica, uma vez que seus benefícios passam a ser compreendidos enquanto serviços ecossistêmicos valorados. Um bom exemplo disso é a cidade de Camberra (Austrália) onde foram plantadas 400 mil árvores (entre os anos de 2008 e 2012) as quais geraram uma economia para os cofres públicos valorada em aproximadamente 67 milhões de dólares.

Não se concebe mais, em uma sociedade permeada de processos tecnológicos e informação que continuemos a praticar atos abusivos contra a natureza, e consequentemente diminuindo a cada dia a qualidade ambiental de nosso próprio “habitat”. Dito isso, pensemos então… quanto vale a natureza para todos e cada um de nós?

Magda Maia - Geógrafa e sócio-diretora da empresa GeoAnalysis


Foto: Divulgação

Fonte: http://geoanalysis-ce.com.br/sub-geo-site/2015/07/15/quanto-vale-uma-arvore-2/


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